Tsipras ainda acredita em acordo mas rejeita reformas "absurdas"
"Estamos mais do que nunca perto de um acordo", declarou Alexis Tsipras, durante uma sessão extraordinária do parlamento para informar os deputados sobre o desenrolar das negociações.
A proposta dos credores, submetida na quarta-feira aos dirigentes gregos pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, durante uma reunião em Bruxelas, foi porém considerada como "uma surpresa desagradável" pelo primeiro-ministro.
Esta proposta sugere que a Grécia, depois de cinco anos de austeridade, falsas economias suplementares de três mil milhões de euros e excedentes orçamentais primários (isto é, excluído o serviço da dívida) mais elevados do que os propostos por Atenas.
"Não temos necessidade apenas de um acordo com os credores, mas de uma solução definitiva para a Grécia e a Europa", assim como "sobre a viabilidade da dívida" pública grega, que termine com as especulações sobre a saída da Grécia da Zona Euro, afirmou o primeiro-ministro.
"Alexis Tsipras vai precisar de mais concessões por parte dos credores sobre assuntos importantes para parar com as críticas do seu partido", o Syriza, estimou o economista Diego Iscaro, da sociedade IHS Global Insight.
"Se os credores não recuarem, o risco de incumprimento vai surgir rapidamente", acrescentou.
Os pontos de bloqueio concentram-se no custo para os gregos dos cortes orçamentais e no regime de reformas, com a questão, não resolvida, da dívida, em pano de fundo.
Por outro lado, uma fonte europeia admitiu hoje, em declarações à AFP, que "as divergências entre os credores" - União Europeia e Fundo Monetário Internacional - complicam a conclusão de um acordo e que a situação é "extremamente complexa".
Acresce a preocupação geopolítica entre os credores, acrescentou esta fonte. A ilustração mais recente foi a conversação, hoje ocorrida e muito mediatizada por Atenas, entre Tsipras e o Presidente russo, Vladimir Putin, sobre a "cooperação energética" e económica.